09 fevereiro 2006

212) Our man... in Asunción!


Transcrevo notícia abaixo sobre possível negociação de acordos de livre comércio entre os EUA e os países do Cone Sul, isto é, nós mesmos...
A única coisa que eu poderia comentar a respeito seria isto: acho que o embaixador, recentemente desembarcado em Asunción, ainda não pousou de verdade...


Agência Estado, 7 de fevereiro de 2006 - 21:38

EUA querem tratado de livre comércio com países do cone sul

Buenos Aires - O embaixador dos EUA no Paraguai, James Cason, declarou que seu país "está muito interessado em ter acordos de livre comércio tanto com grupos de países como com países individualmente. Cabe a cada país decidir se querem, depois de uma discussão interna". As declarações de Cason estão aumentando a polêmica surgida desde o segundo semestre do ano passado, quando o vice-presidente do Paraguai, Lusi Castiglioni, sugeriu que o governo de seu presidente, Nicanor Duarte Frutos, estava analisando as vantagens de um acordo de livre comércio com os EUA.

"Nós acreditamos firmemente que com o livre comércio, baseado em experiências que vimos no Chile e México, os dois países ganham", disse Cason, em referência a acordos dos EUA com outros países de forma individual. Segundo o embaixador, se o Paraguai quiser um acordo, "e se há tempo e recursos da parte de nossos negociadores, pois, o faremos". Cason afirmou que ainda não propôs um acordo de livre comércio ao governo paraguaio. "Até agora não falei com ninguém do governo, porque acabo de apresentar minhas credenciais".

Nas últimas duas semanas, ressurgiu em Assunção o debate sobre um eventual acordo direto com os EUA. Empresários e lideranças políticas argumentam que o Mercosul não proporcionou o crescimento necessário para o Paraguai. Por isso, afirmam, o Paraguai deveria ter a liberdade de fechar acordos comerciais diretos, bilaterais, com outros países.

No entanto, a resolução número 32 do Mercosul, assinada em junho do ano 2000, impede que um sócio do bloco assinem acordos que não tenham sido negociados pelos quatro sócios em conjunto.

Divisões uruguaias

O ressurgimento da idéia de um acordo com os EUA no Paraguai ocorreu depois do início da polêmica, dentro do governo do presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, de realizar um tratado comercial direto com Washington, passando por cima do Mercosul. O Uruguai e o Paraguai são os sócios "pequenos" do Mercosul, que há anos reclamam que os sócios "grandes", isto é, o Brasil e a Argentina, os ignoram e tomam decisões sem consultá-los.

O gabinete Vázquez está dividido. Por um lado, o chanceler Reynaldo Gargano posiciona-se contra um eventual tratado com os EUA. No entanto, a maior parte dos integrantes do gabinete, entre eles o poderoso Ministro da Economia, Danilo Astori, simpatizam com a idéia de um acordo com Washington.

A idéia também é defendida pelo ex-guerrilheiro tupamaro e atual Ministro da Agricultura e Pecuária, José "Pepe" Mujica, que nos últimos tempos desferiu ácidas críticas contra o funcionamento do Mercosul.

Ariel Palacios