24 março 2006

277) Tristeza comercial...

Apenas transcrevendo...

McLanche Infeliz
Rodrigo Constantino

Pressionado pelo Ministério Público Federal, o McDonald's concordou em passar a vender o brinquedo que acompanha o McLanche Feliz sem a necessidade da compra do sanduíche. A ação do MP ocorreu após o recebimento de reclamações de “pais que se sentiam obrigados a comprar o lanche quando seus filhos queriam apenas o brinquedo”, segundo notícia da Folha Online. Mais uma demonstração de que o Estado se mete onde não deve, algo típico de países socialistas.

Ora, pais que se sentem obrigados a satisfazer as vontades dos filhos já mostram algo de muito estranho. Achei que bastava dizer “não” para os fedelhos. Ao menos é assim que tento educar minha filha, impondo limites. Esses pais estão criando monstrinhos, que na frente poderão acabar no governo, querendo impor todas as suas vontades aos outros. Além disso, o McDonald’s não é uma loja de brinquedos, e os utiliza justamente como forma de promoção, para aumentar as vendas de seus sanduíches. Várias empresas utilizam tal estratégia de marketing. Brinde vendido separado não é mais brinde! Imagina se a revista que faz promoção da assinatura dando junto um aparelho de DVD tiver que virar uma Casas Bahia! Ou a Citroen, com a promoção do Picasso com viagem para Paris, ter que virar uma agência de viagens! Mas ao que parece, estamos num país onde cada mínimo detalhe do negócio deve ser aprovado pelos burocratas.

A reportagem explica a razão por trás da medida: “A preocupação da Procuradoria é evitar que principalmente o público infantil seja estimulado ao consumo por meio desse tipo de promoção”. Agora sim, tudo faz sentido! Consumo é mesmo coisa de Lúcifer, e o ideal seria que ninguém consumisse nada. Onde já se viu uma empresa buscar estimular o consumo de seus produtos?! Complicado seria gerar empregos e sustentar os burocratas que “pensam” assim sem o pecaminoso consumo.

Diante da completa falta do que fazer desses burocratas, e do grau assustador de ingerência estatal nos negócios, restou-me apenas uma dúvida cruel: o que vai ser do Kinder Ovo?